As micros e pequenas indústrias no país não foram afetadas pela falta ou alto custo da matéria-prima no terceiro trimestre de 2022. Os empreendimentos do setor extrativo e da construção, por exemplo, conseguiram superar o entrave e adquirir insumos, produzir, contratar e utilizar a capacidade instalada.
De acordo com o Panorama da Pequena Indústria (PPI), da Confederação Nacional da Indústria (CNI), na indústria da transformação, o alto custo da matéria-prima ainda é um dos principais problemas, porém com uma menor intensidade. Então, esta alteração impactou positivamente o desempenho das atividades e as condições financeiras dos negócios.
Recuo do custo da matéria-prima neste ano
“O problema da falta ou alto custo da matéria-prima não deixou de existir, mas foi menos assinalado no terceiro trimestre pelas pequenas indústrias. A expectativa é que recue ainda mais no fim deste ano”, considera a analista de Políticas e Indústria da CNI, Paula Verlangeiro. “Atualmente, na indústria extrativa a dificuldade mais recorrente é a elevada carga tributária, e na indústria da construção são as taxas de juros elevadas.”
O levantamento da CNI aponta ainda que, de julho a setembro, o Índice de Desempenho registrou 49 pontos. Se manteve bem acima da média histórica registrada no trimestre: 45,3 pontos. Comparando o número com o do mesmo período no ano passado, a média aumentou 1,6 ponto, de acordo com a agência de notícias da indústria.
Situação financeira: melhor resultado desde 2013
A pesquisa também concluiu que o Índice de Situação Financeira foi de 43,7 pontos. Então, foi o melhor resultado desde 2013. “A melhora da situação financeira está relacionada ao aumento dos indicadores de satisfação com o lucro operacional e com a situação financeira e de facilidade de acesso ao crédito”, considera Paula.
Índice de Confiança tem 58,7 pontos em outubro
Em outubro passado, conforme os dados do Panorama, no período, o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) para as indústrias de pequeno porte atingiu 58,7 pontos. Comparando os últimos 12 meses, o índice esteve sempre acima da média histórica (53 pontos). Já o Índice de Perspectivas das empresas industriais menores também se mostrou acima da média histórica, com 50,8 pontos em outubro.
Empresários otimistas, com perspectivas positivas
Na comparação dos dois indicadores com o mês de setembro, é notada a queda dos índices. Mas, por se posicionarem acima da linha de 50 pontos, a conclusão é que os empresários de pequeno porte seguem otimistas, com perspectivas positivas.
O PPI abrange quatro indicadores: desempenho, situação financeira, índice de confiança e perspectivas. Todos os indicadores do levantamento variam de zero a 100 pontos. Quanto maior for o índice, melhor é a performance do setor.
Volume de produção e satisfação com lucro operacional
A composição da pesquisa leva em consideração fatores como volume de produção, utilização da capacidade instalada, satisfação com lucro operacional, facilidade de acesso ao crédito, intenção de investimento e de contratações e número de funcionários.
Os dados registram ainda o ranking dos principais problemas enfrentados pelas MPEs do setor industrial em cada trimestre. A pesquisa tem como base a avaliação das informações levantadas na Sondagem Industrial, na Sondagem Indústria da Construção e no ICEI. No levantamento, são ouvidos em torno de 900 donos de empreendimentos de pequeno porte.