Os donos de pequenos negócios estão mais confiantes depois dos primeiros meses do ano. E isso foi confirmado em uma pesquisa que identificou o aumento de 1,1 ponto em relação ao trimestre anterior. Os dados constam da sondagem do Sebrae em conjunto com a Fundação Getulio Vargas (FGV). Então, o Índice de Confiança dos Micro e Pequenos Empresários (IC-MPE) mais elevado mostra que os empresários estão mais otimistas em relação ao mercado.
“Tivemos um primeiro trimestre positivo, com Comércio e Serviços puxando a alta na confiança dos empresários de pequenos negócios. Então, eles ficaram mais animados devido ao panorama favorável da economia de geração de empregos e redução na taxa de juros”, considera o presidente nacional do Sebrae, Décio Lima.
De acordo com o dirigente, a Indústria também deve retomar esse pensamento positivo. Porque confia nas medidas recentemente anunciadas pelo governo de Lula e Alckmin. “Uma dessas é a nova plataforma do Brasil Mais Produtivo. Porque o programa vai engajar até 200 mil empresas na jornada de aumento da produtividade”, complementa.
Crescimento no comércio, serviços e indústria
O IC-MPE é calculado através da soma do Índice de Situação Atual ao Índice de Expectativas apurados nos principais segmentos da economia: Comércio, Serviços e Indústria de Transformação. Então, os proprietários de pequenas empresas são indagados sobre temas como aspectos de demanda, produção, empregos, tendências de negócios, crédito e vendas.
Conforme o último levantamento, todos os três principais setores fecharam em alta no primeiro trimestre de 2024. O Comércio cresceu 1,5 ponto, Serviços atingiu 1,7 ponto e a Indústria, 1,4 ponto. Este índice de confiança é avaliado pelas instituições desde 2019, período considerado pré-pandêmico.
Noventa milhões de empreendedores no país
E esses empreendedores fazem parte de um somatório de 90 milhões de empresários ou candidatos a empreendedores no Brasil. Esse número foi constatado no maior levantamento de empreendedorismo global, realizado pelo Sebrae e pela Associação Nacional de Estudos em Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas (Anegepe). A pesquisa revelou que o país está entre as dez nações mais empreendedoras do mundo.
O Monitor Global de Empreendedorismo (Global Entrepreneurship Monitor – GEM) 2023 registrou também que do total de 90 milhões, 42 milhões são de pessoas adultas, com 18 a 64 anos. E esse grupo já tinha um negócio ou fez alguma ação visando a ter uma empresa no futuro. Os 48 milhões restantes correspondem às pessoas que não ainda não possuem um empreendimento, mas que gostariam de abrir uma empresa em até três anos.
Desejo do brasileiro: ter o próprio negócio
Esta grande parcela empreendedora coloca a condição de ter o próprio negócio na terceira posição da lista dos 15 principais desejos dos brasileiros. Porque esta opção perde somente para “viajar pelo Brasil” e “comprar a casa própria”. O estudo ainda identificou que 65% das pessoas conhecem um empresário. Também aponta que quase dois terços confiam nas habilidades, experiências e conhecimentos deste empreendedor.
O relatório chegou à conclusão de que, em relação aos empreendedores potenciais, o Brasil se manteve com a segunda maior estimativa absoluta. Porque ficou atrás apenas da Índia, que possui 106 milhões de empreendedores potenciais. E isso considerando que é um país que tem 1,4 bilhão de habitantes.
Brasil, um dos maiores empreendedores mundiais
No caso da análise da taxa total de empreendedores (porcentagem em relação à população), o Brasil ocupa a 8ª posição. Porque 30,1% da população adulta está envolvida com a área de negócios. Em termos de proporção da população empreendedora, o primeiro lugar está com o Equador. Na sequência vem Guatemala, Arábia Saudita, Chile, Panamá, Tailândia e Uruguai.