Os atacadistas gaúchos consideram a carga tributária o maior empecilho para o desenvolvimento do setor no Estado. Realizada pela Fecomércio-RS no período de 14 a 28 de março, a Sondagem Setorial identificou que os impostos lideram em 75,1% as opiniões manifestadas pelos empresários consultados, que são afetados pelo grande número de tributos a que seus negócios estão sujeitos.
O levantamento foi feito em cima de 385 empresas do segmento no Rio Grande do Sul. A maioria dos empreendedores (69,9%) estão há mais de 10 anos no mercado.
Além dos impostos, outras questões que dificultam ou impedem o crescimento das vendas são a concorrência, com 33,2%; baixa demanda (27,8%); falta de capital de giro, registrando 7,5%.
Também a interferência da legislação ao que o negócio está submetido foi citado com 4,9% de incidência, o alto custo para manter estoques (3,9%), a baixa variedade de produtos (1,6%) e as dificuldades para ampliar espaço de vendas, com 1,3%. Com uma percentagem baixa (0,3%) foi citada a falta de estratégia e planejamento do negócio.
Quanto à situação de endividamento das empresas atacadistas no Rio Grande do Sul, 7,8% dos negócios pesquisados tem dívidas muito altas, de forma preocupante, enquanto 39,2% não estão endividadas e 33,8% dos estabelecimentos controlam as suas dívidas.
Em relação à avaliação das finanças do empreendimento, a contabilidade independente atinge 84,9% das empresas, o que quer dizer que as finanças do negócio e dos donos são separadas. Somente 9,9% dos negócios misturam as informações contábeis.
O levantamento ainda indica que 63,1% dos empresários analisam mensalmente as suas finanças e 16,6% fazem esse mapeamento semanalmente.
Mas o que chama atenção no estudo é que 20,2% das empresas não avaliam numa temporalidade adequada, com periodicidade semestral, anual, eventual e até sem verificação nenhuma.
Perguntados se acompanham o desempenho de seus produtos, 82,6% disseram que o fazem continuamente, 12,5% de forma esporádica e 4,9% não realizam esse monitoramento.
As expectativas para as vendas nos próximos seis meses registraram um índice de 56,1% de consultados que apostam em uma melhora baixa, 13,0% apostam que melhore muito e 21,6% preveem um panorama de estabilidade.
Finalizando a Sondagem Setorial, 59,5% acreditam que a economia brasileira deve melhorar um pouco nos próximos seis meses, 10,1% acham que haverá um cenário muito bom e 20,5% considera que a situação econômica se manterá estável.