As micro e pequenas empresas (MPE) estiveram à frente na criação de vagas formais nos primeiros seis meses do ano. Dos cerca de 1,33 milhão de postos de trabalho abertos no país no primeiro semestre, 961,2 mil (72,1% do total) surgiram nos empreendimentos de pequeno porte.
Os dados são de uma pesquisa do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), com base em informações do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da Economia. Então, o desempenho das MPE é bem superior ao das médias e grandes empresas, que ofereceram 279,1 mil vagas formais de janeiro a junho de 2022.
Junho registrou 176 mil vagas formais
Somente em junho, os negócios de porte menor abriram 63,6% das oportunidades de emprego no mês. E foram 176,8 mil de um total de 277,9 mil vagas formais criadas no mês anterior. Já as médias e grandes empresas disponibilizaram 73,9 mil colocações no mercado (26,6%), conforme a Agência Brasil.
Todos os segmentos com saldo positivo
Considerando uma divisão por setores da economia, as pequenas empresas tiveram um saldo positivo na criação de vagas formais em todos os segmentos no acumulado do ano. E o setor de serviços gerou 533 mil postos. Porque apenas em junho, abriu 78 mil oportunidades.
A construção civil e a indústria da transformação se posicionaram na segunda e na terceira posição, com a geração de 168,8 mil e 126,3 mil empregos, respectivamente. Mas no comércio, os negócios menores tiveram 90,6 mil postos de trabalho no primeiro trimestre. Mas as médias empresas, e as grandes firmas, em contrapartida, fecharam 42,8 mil vagas formais no período.
Vagas formais em diversas atividades econômicas
Outro levantamento, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aponta que a expansão da ocupação no último trimestre ocorreu em diversas atividades econômicas. E os dados da Pnad Contínua indicam que os destaques foram comércio (3,4%), indústria (2,7%), administração pública, defesa, seguridade, educação, saúde e serviços sociais (4,5%).
De acordo com a coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, Adriana Beringuy, no último grupo de atividades, a intensificação do trabalho presencial levou à absorção de profissionais no segmento da educação. Também com contribuição das contratações na área de saúde.
Comércio absorve 617 mil trabalhadores
Comparando os últimos três meses com o mesmo período anterior, o comércio absorveu mais de 617 mil trabalhadores. “O comércio contribuiu tanto para absorção com carteira quanto sem carteira. Porque tivemos muito aporte do comércio em hipermercados, supermercados e vestuário. Então, o comércio também está expandindo vagas de trabalho no trimestre, mas também no ano todo.”
Construção, comunicação e serviços domésticos
O estudo do IBGE revelou ainda que houve crescimento importante na construção civil (3,8%), com mais 274 mil profissionais. Já o setor de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas atingiu 3% (336 mil pessoas). Mas outros serviços registraram 3,2% com 158 mil trabalhadores. E os serviços domésticos chegaram a 4%, agregando 227 mil pessoas.