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Segmento dos mercadinhos de bairro ganhou espaço durante a pandemia

Os tradicionais mercadinhos de bairro ganharam mais importância na vida dos brasileiros nos últimos tempos. E, com isso, esse setor obteve também maior espaço na economia do país. A constatação é do Sebrae, que fez um levantamento deste tipo de comércio nos últimos anos.

Os números da pesquisa demonstram que o comércio varejista de mercadorias em geral, a maioria de produtos alimentícios registrou uma alta na abertura de empresas entre 2018 e 2021. Houve um destaque para o período da pandemia, quando o volume de novos mercadinhos de bairro cresceu 12% entre 2020 e o ano passado.

E estes minimercados, mercearias e armazéns, avaliados conforme o porte, têm os Microempreendedores Individuais (MEI) à frente do negócio. Então, foram pouco mais 38 mil novos comércios formalizados em 2018 que passaram para 56.371, em 2021.

400 mil mercadinhos de bairro

O crescimento dos mercadinhos de bairro é positivo se for comparado com as firmas que fecharam as suas portas. Mas em 2018, aproximadamente 40 mil MEIs encerraram as suas atividades. No ano passado foram 17.676. Atualmente, são mais de 400 mil lojas registradas em todo o país.

Padaria, açougue e hortifruti

Segundo o analista da Unidade de Competitividade do Sebrae, Vicente Scalia, o segmento agrega diversos tipos de atividades em um só formato: padaria, açougue e hortifruti. E foi um dos poucos que não parou na pandemia, por ser considerado essencial.

Redução do poder de compra

De acordo com Scalia, outro fator que beneficiou os mercadinhos de bairro foi a escalada da inflação e a redução do poder de compra do consumidor. Para ele, as atividades dos pequenos mercados cresceram muito, principalmente devido às compras menores, feitas semanalmente.

“O poder de compra do brasileiro vem diminuindo, e não há mais espaço para a compra mensal. E com a alta dos preços dos alimentos e do combustível, o cliente se desloca, no máximo, para um mercadinho do próprio bairro, onde adquire o necessário”, explica o analista.

Advento em massa do delivery

A análise do Sebrae também identificou que as restrições impostas pela pandemia, em especial durante as fases de lockdown, foram um “empurrão para acelerar as mudanças do setor”. Para Scalia, a transformação mais “notável” foi o advento em massa do delivery.

“Alguns empreendimentos já estavam implementando os serviços de entrega, mas muitos outros que começaram nesse período expandiram ainda a sua presença digital por meio das redes sociais e, em especial, do WhatsApp”, comenta.

Minimercados de condomínio

Outra inovação apontada pelos dados levantados que alcançou projeção foram os minimercados de condomínio. Estes pontos permitem compras rápidas de produtos industrializados, em sua maioria, sem a necessidade do atendimento de um funcionário. O pagamento é feito via caixa eletrônico ou por meio de aplicativo. Ainda os clubes de produtos por assinatura incluem artigos de minimercados.

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