As pequenas empresas gaúchas têm mostrado um direcionamento para a digitalização de seus negócios. E essa transição está cada vez mais acelerada, de acordo com os números levantados pelo Sebrae RS.
A entidade acredita que este processo se dá diante das novas demandas e dinâmicas do mercado atual. Segundo o Sebrae RS, mais da metade (56%) das Micro e Pequenas Empresas (MPEs) do Estado estão neste caminho a passos largos.
Então, este grupo de empreendedores de pequeno porte estão investindo em tecnologias e soluções digitais para poder enfrentar os desafios que chegaram com a Covid-19, em especial a mudança no comportamento dos consumidores.
Digitalização domina atendimento e vendas
De acordo com a pesquisa, os setores que tiveram mais impacto com a digitalização foram o atendimento ao cliente e as vendas, com 67%. Já o marketing e a divulgação ficaram na casa dos 62%. Mas a gestão atingiu 29% e relacionamento com os fornecedores, 24%.
Trabalho remoto atinge 42% das empresas
Além destas áreas, o formato de trabalho híbrido já é realidade nas atividades de 42% das micro e pequenas empresas. Conforme os entrevistados, 5% das firmas atuam de forma remota e 53%, no modelo presencial tradicional.
Nova configuração na estratégia e gestão
Os dados sobre a digitalização dos empreendimentos são da 20ª edição da Pesquisa de Monitoramento dos Pequenos Negócios do Sebrae RS. O levantamento identificou que uma em cada três empresas (31%) são nativas digitais. Porque agregam negócios baseados em modelos tecnológicos e recursos eletrônicos. Então, esta nova configuração está sendo aplicada tanto na estratégia da empresa quanto na operação.
Para o diretor-superintendente do Sebrae RS, André Godoy, a digitalização dos negócios já deixou de ser uma tendência, como observada antes da pandemia, e se tornou uma necessidade para as empresas. E elas precisam disto para permanecerem relevantes junto aos seus clientes e competitivas nos seus mercados de atuação.
Adaptação das estruturas com a digitalização
O executivo considera que o principal desafio neste momento será a adaptação das estruturas dos empreendimentos a esta realidade. “A transformação digital é sobre cultura, pessoas e processos, mais do que sobre negócios. Sem uma rápida adaptação nestas competências, será muito difícil para as empresas prosperarem.”
Equipamentos e armazenamento de dados
A Pesquisa de Monitoramento aponta as tecnologias empregadas na transformação digital dos negócios gaúchos em sistemas específicos. Por exemplo, 31% da digitalização envolve equipamentos portáteis de informática. A mesma porcentagem é registrada nas tecnologias e nos sistemas de marketing digital. Já 28% são de sistemas de armazenamento de dados em nuvem. Os softwares de gestão são responsáveis por 23% e os de videoconferência, 21%.
Resultados positivos em diversos pontos
Os resultados do uso da digitalização nas áreas e estruturas da empresa têm diversos pontos positivos. Um deles é a melhoria no relacionamento com os clientes, com 48%, e o outro é a abertura a novos nichos de mercados e perfis de clientes (35%).
A redução dos custos é outra vantagem, com 24%. Os benefícios estão também nos controles de gestão (23%), na operação e produtividade (19%) e nas tomadas de decisão (17%). Ainda há um avanço na incorporação de novos produtos e serviços (12%).
Perspectiva favorável nos próximos seis meses
O levantamento do Sebrae também chegou a outras constatações, além da digitalização das empresas: a perspectiva geral favorável para os próximos seis meses. E a pesquisa demonstra que os empresários seguem confiantes em relação aos seus negócios.
Quase a metade dos empreendedores (49%) devem manter as suas atividades e 45% querem expandi-las. Então, há ainda a expectativa de um crescimento no faturamento que foi constatada em 76% dos entrevistados. E desses, 61% acreditam que este aumento será de até 30%.