O número de microempreendedores individuais no Brasil ultrapassou, pela primeira vez, a marca de 10 milhões neste ano. Só em abril, foram 98 mil empresários que escolheram essa modalidade para trabalhar. Até agora, já são 586 mil novos negócios no setor, em plena pandemia de coronavírus.
Conforme o Portal do Empreendedor do governo federal, os registros dos MEIs no país configuram uma elevação de 10,6% na comparação com o final do ano passado, que contabilizou 9,43 milhões. O Rio Grande do Sul tem, hoje, 608.490 empresas abertas por microempreendedores.
Negócios têm aumento no início do ano
A abertura de novas empresas em todo o território nacional registrou um aumento de 21,7% em janeiro, em relação ao mesmo período no ano passado, segundo informações da Agência Brasil. A Serasa Experian identificou que, no mês, foram abertos 320.512 novos negócios, um número sem precedentes desde 2010.
As sociedades limitadas puxaram a variação, com crescimento de 78,8% no período, segundo o Indicador de Nascimento de Empresas da Serasa. Os MEIs representam a maioria dessas empresas. São 80,6% do total de novas empresas no país. Comparando com dezembro de 2019, o aumento foi de 73,6%.
Serviços é o setor que mais cresceu
O mês de janeiro teve uma elevação no número de novos negócios em todas as áreas, com destaque para os serviços (24,7%). O setor representa 69,3% do total de empresas abertas no mês, seguido pelo comércio com 22,1% e indústria com 7,3%.
Janeiro teve essa expansão recorde devido à necessidade de os empreendedores gerar renda em um momento econômico com crescimento abaixo das expectativas, de acordo com o economista da Serasa Luiz Rabi.
“Há uma demanda maior de novos negócios no início do ano, tendência natural pela queda da atividade nas festas de fim de ano. Mas com um alto nível de desemprego, as pessoas abrem negócios e se formalizam para terem recursos”, disse.
Pandemia traz novos desafios
Para o especialista, a paralisação de alguns setores do mercado por conta das medidas de isolamento social no combate à pandemia de Covid-19 trará desafios aos novos negócios, afetando também os microempreendedores.
“Empresas recém-criadas, principalmente os pequenos negócios que contam com pouco capital de giro, são mais sensíveis à queda do faturamento. Devem enfrentar dificuldades para manter o equilíbrio financeiro”, comentou.
Segundo o economista, o “momento atual exigirá dos empresários replanejamento de metas, capacidade para otimizar recursos e habilidade para negociar prazos e condições com fornecedores e instituições de crédito”.
Medidas aliviam a carga tributária
Por outro lado, o governo estabeleceu medidas para aliviar a carga tributária dos empresários, como os microempreendedores, neste momento. Um exemplo disso é a prorrogação por seis meses do prazo para pagamento dos impostos federais no âmbito do Simples Nacional. Os tributos estaduais e municipais (ICMS e ISS) também tiveram o prazo estendido por seis meses.