A eliminação de taxas de importação de robôs colaborativos, como incentivo ao incremento da chamada indústria 4.0, é mais um passo em direção à inovação e desenvolvimento no chão das fábricas brasileiras.
A iniciativa do governo federal, em zerar os tributos para esses produtos, foi explicada pelo ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), Marcos Jorge.
“Foi uma decisão da Câmara de Comércio Exterior, um colegiado de ministros brasileiros de reduzir esse imposto a zero. Pagávamos 14% para importar robôs e agora não se paga mais nada”, disse o ministro em um evento sobre tecnologia em Lisboa, em Portugal, de acordo com informações da Agência Brasil.
Segundo Jorge, a expectativa é superar a previsão de 18% de empresas brasileiras que aplicam o conceito de Indústria 4.0 em 2030.
“Queremos induzir os 4% de empresas no Brasil que se utilizam desse conceito a replicarem isso para outros setores do tecido industrial brasileiro, para que possam evoluir, até 2030, mais rapidamente do que o previsto”, ressaltou.
De acordo com um estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), nos últimos anos, houve aumento significativo no número de indústrias brasileiras que utilizam, pelo menos, uma das 13 tecnologias digitais, ou seja, que estão na Indústria 4.0, ainda que em estágio inicial.
No grupo das empresas que vão investir em recursos, 96% já utilizam alguma ferramenta digital.
Entre o início de 2016 e o de 2018, o percentual passou de 63% para 73% das fábricas que aderiram a esse sistema no incremento à eficiência da cadeia produtiva. Quase metade (48%) das grandes empresas industriais pretende investir nessas tecnologias em 2018.
Essas tecnologias passam pelo processo de produção e gestão, desenvolvimento de produtos e novos modelos de negócio. Além dos robôs colaborativos (cobots), envolvem automação digital com condições operacionais, coleta, processamento e análise de grandes quantidades de dados (big data) da empresa, monitoramento e controle remoto da produção, comunicação de máquina com máquina), sistemas integrados de engenharia, prototipagem rápida, impressão 3D, fluidodinâmica computacional, utilização de serviços e incorporação de serviços digitais nos produtos (Internet das Coisas), entre outros.
Conforme o levantamento, a indústria busca a modernização para ganhar eficiência na produção e gestão dos negócios.
A automação digital com sensores para controle de processo segue como o recurso digital mais presente. Na sequência, aparecem sistemas integrados de engenharia para desenvolvimento e manufatura de produtos.
Na conclusão dos dados da CNI, a expectativa de retomada da demanda foi o principal fator de estímulo ao investimento da indústria em 2018.
Fatores técnicos, como tecnologia, mão de obra e matéria-prima, também incidiram positivamente na opção por investir. Recursos financeiros, regulação e burocracia ainda pesam quando o assunto é investimento.