As cooperativas de crédito estão focadas em expandir os serviços de assistência financeira. Segundo pesquisa do Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito (FGCoop), o setor prevê a abertura de 1,3 mil agências até o final de 2022. Esse crescimento deve consolidar as cooperativas como a maior rede do Sistema Financeiro Nacional (SFN).
A perspectiva que o número de cooperativas de crédito chegue a 8,8 mil pontos em todo o país. Em cerca de 600 municípios, o atendimento será o acesso da população aos serviços bancários, de acordo com a agência Brasil 61.
Conforme o presidente do FGCoop, João Carlos Spenthof, a expansão do segmento é importante para a retomada da economia. “Queremos mostrar o quanto as cooperativas de crédito contribuem ao desenvolvimento econômico e social”, afirmou. A ideia é estar presentes em todas as regiões do Brasil.
Mais de 2,4 mil cidades sem agência
Segundo o Banco Central, 2.427 cidades não tinham agência bancária em agosto deste ano. E isso representa 43,4% dos municípios brasileiros. Desde o início da pandemia da Covid-19, o número de localidades desassistidas pelos bancos evolui.
Regiões mais pobres serão beneficiadas
A presença das cooperativas de crédito é mais importante ainda nas regiões mais pobres do Brasil como o Norte e o Nordeste. Para o FGCoop, esses estados irão testemunhar a expansão deste serviço no próximo ano. No Norte, devem ser abertas 349 unidades e no Nordeste, 240.
O Sicoob Pernambuco é um dos sistemas cooperativos que deve aumentar os pontos de atendimento. A gerente da regional do Sertão, Aline Robéria, indica uma projeção de 12 novas unidades nos municípios de sua área de atuação.
Público da cooperativa de crédito inclui comerciantes
No município de Prata, no Cariri Ocidental da Paraíba, por exemplo, o público-alvo inclui comerciantes, funcionários e pequenos produtores rurais. “A presença da cooperativa movimenta a economia local. A gente aplica quase R$ 3,5 milhões em operações de crédito”, informa.
Acesso a serviços e produtos com apenas R$ 1
Na localidade, são 1.115 associados, o que representa 26% dos moradores. E se for considerada a população economicamente ativa, o índice chega a 63%. Para se ter acesso aos serviços e produtos da cooperativa de crédito, é preciso ser sócio da entidade, o que é possível com apenas R$ 1,00.
Atendimento presencial e também digital
Para Aline, o maior número de unidades de cooperativas de crédito é um “alento para parte dos moradores que prefere o atendimento presencial. “Há também a questão da baixa instrução educacional da população, uma dificuldade para lidar com soluções digitais.”
“Quando a gente chega em uma cidade que fica no interior, existe toda uma questão cultural. A gente não tem como direcionar um aposentado para que ele seja atendido através de um aplicativo”, destaca.
Por outro lado, o atendimento olho no olho não deixa a oferta tecnológica dos serviços e produtos em segundo plano. Spenthof garante que o “segredo é equilíbrio”. “Apostamos em um crescimento “fisital” (físico + digital) da estrutura de atendimento ao cooperado”, explica.
Opinião especializada na hora de tomar decisões
Segundo o presidente do FGCoop, a estratégia é benéfica às pessoas que buscam a comodidade de resolver seus problemas financeiros em qualquer hora e lugar, com total autonomia. “Mas também é direcionada a quem gosta de contar com uma opinião especializada na hora de tomar decisões que envolvam dinheiro”, salienta.
Cooperativas de crédito captadoras de depósitos
O FGCoop tem como associadas todas as cooperativas singulares de crédito captadoras de depósitos e os dois bancos cooperativos: Bancoob e Banco Sicredi. É uma associação civil sem fins lucrativos, com personalidade jurídica própria, de direito privado, de abrangência nacional.
Mesmas garantias de bancos comerciais
O FGCoop foi criado para proteger os depositantes e investidores das cooperativas de crédito associadas, com as mesmas garantias de depósitos dadas aos clientes de bancos comerciais (até R$ 250 mil por CNPJ ou CPF).
Assim, esse fundo garantidor contribui com a manutenção da estabilidade do Sistema Nacional de Crédito Cooperativo (SNCC), ampliando a credibilidade do sistema. O SNCC é composto por dois bancos cooperativos, quatro confederações, 34 centrais, 663 cooperativas singulares de crédito captadoras de depósitos e 170 cooperativas singulares de capital e empréstimo.
Também fazem parte do setor outras empresas controladas por cooperativas que atuam majoritariamente na prestação de serviços para o cooperativismo financeiro, como a Confederação Nacional de Auditoria Cooperativa (CNAC) e a Confederação Brasileira das Cooperativas de Crédito (Confebras).
Em junho de 2021, o Sistema agregava 7,5 mil unidades de serviços em funcionamento, considerando sedes e postos de atendimento, que hoje representam a maior rede de atendimento financeiro do Brasil.